O tema da palestra da Nielsen apresentado por Daniela Toledo, Diretora de Retail Service, foi: A evolução do atacado de autosserviço nos últimos três anos, o market share do canal e os diferentes estágios de desenvolvimento do formato nas regiões e oportunidades por área. O objetivo do estudo foi integrar fontes diferenciadas no intuito de proporcionar uma visão completa do mercado e das tendências, desde as lojas até os domicílios. “O cash&carry segue liderando o crescimento do varejo brasileiro, porém, em um ritmo menor, se comparado ao ano passado, mas apresenta diferentes estágios de desenvolvimento entre as regiões brasileiras”, afirmou.
A abertura de lojas ainda é um fator importante para o crescimento do canal, atraindo mais compradores e proporcionando um aumento de penetração nos domicílios brasileiros. Entretanto, o formato também cresce fidelizando clientes, o que faz com que haja um aumento do ticket médio e da frequência de visitas às lojas: 83% do crescimento do canal está relacionado à sua performance e apenas 17% à abertura de novas lojas.
Quanto à sua expansão geográfica, o atacado de autosserviço se desenvolve praticamente em todas as regiões, porém, é no Grande Rio de Janeiro que existem fatores que impulsionam o crescimento das redes, pois o canal ainda é subdesenvolvido nesse setor do país. A abertura de lojas deve atrair novos compradores e ajudar a aumentar a penetração do canal nessa região. “Em Minas Gerais e no Nordeste, as redes crescem por meio da abertura de lojas, enquanto no interior de São Paulo o formato fideliza seus clientes. As oportunidades estão em todas as regiões, porém, as estratégias devem ser focadas por áreas. São Paulo, por exemplo, é a região onde o canal está mais maduro, então, para crescer lá, um sortimento adequado é fundamental para fidelizar o shopper”, diz Daniela.
A penetração e frequência de compras no canal também foram destacadas pela executiva. “O cash já alcança 55% dos lares brasileiros e, em suas missões de compras, o consumidor passa a ir cerca de 10 vezes ao canal, com um ticket médio de R$ 134,00, levando cerca de 25 itens, o dobro, se comparado às compras feitas no hipermercado”, destacou.
A executiva da Nielsen também mostrou que, mesmo com a situação econômica do Brasil equilibrada, o consumidor não deixará de frequentar o canal. A pesquisa mostrou que 12,4 milhões de lares nunca foram afetados pela crise dos últimos dois anos e que mais de 10 milhões de lares saíram da crise no último ano. “Percebemos, no estudo que acompanhou as famílias desde o ano passado, que esses 10 milhões de lares conseguiram sair da crise e aumentaram seu gasto do cash em 20%, assim como sua frequência no canal em 19%, o que significa que o brasileiro já incorporou o atacado de autosserviço em seus hábitos de compras. Já os lares que nunca foram impactados pela crise também aumentaram sua frequência no canal, de 10 em 2016 para 12 visitas em 2017”, afirma Daniela.