Cai de 48% para 30% o percentual de empresários que notaram piora nos seus negócios em 2017, como revela uma sondagem do SPC Brasil e CNDL. 40% dos comerciantes e empresários do ramo de serviços ajustaram o orçamento para enfrentar a crise no último ano. Para 2018, 3 em cada 10 empresários pretendem ampliar o negócio.
Esses foram os resultados apresentados por meio de uma sondagem realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais do país. O estudo revela que o percentual de comerciantes e empresários de serviços que notaram piora na situação financeira de seus negócios diminuiu de 48%, em 2016, para 30%, em 2017, o que configura uma queda expressiva de 18 pontos percentuais em 12 meses. No mesmo sentido, aumentou de 15% para 21% o volume de empresários que observaram um desempenho melhor no último ano, em comparação a 2016. A situação permaneceu estável para 40% dos entrevistados.
Embora parte expressiva dos comerciantes e empresários de serviços ainda note uma estagnação ou piora na economia em 2017, a percepção é de que a pior fase da crise ficou para trás e a perspectiva de crescimento do PIB já contagia o empresariado para 2018. De acordo com a pesquisa, 28% dos empresários pretendem ampliar seus negócios neste ano e 16% desejam lançar novos produtos ou serviços no mercado. No que diz respeito à tomada de crédito e realização de investimentos, contudo, o cenário é de cautela: somente 16% manifestam a intenção de adquirir equipamentos – e só 8% pensam em pegar empréstimos. Para driblar os efeitos da crise que ainda persistem, 22% dos empresários vão priorizar pagamentos à vista em 2018 e 20% vão reforçar propaganda.
Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, a capacidade de adaptação do empresário brasileiro tem sido fundamental para o país. “O empresário brasileiro tem uma capacidade de resiliência muito forte. Em tempos difíceis, o empreendedor se vê obrigado a fazer sacrifícios, como baixar preços para lidar com a queda no consumo ou até mesmo promover corte de funcionários. No entanto, são medidas paliativas e que não se sustentam em longo prazo. É preciso proporcionar um ambiente propício para os negócios, em que seja possível baixar custos e investir em inovação, aumentando a competitividade”, argumenta Pellizzaro Junior.