Dias ruins já estão se tornando passado no varejo alimentar. Só em 2017, o setor cresceu 3,6% descontando a inflação média do período, que foi de 3,46% pelo IPCA. Com isso, o faturamento alcançou R$ 458,9 bilhões, segundo pesquisa da AS Varejo realizada com cerca de 360 empresas de todo o país. Para este ano, a perspectiva é de nova alta.
O crescimento do setor no ano passado foi puxado pelo atacarejo, cujo aumento real foi de 11,7%. O formato fechou o ano com um saldo positivo de 88 lojas sobre 2017. O interesse do varejista na expansão do formato se justifica pela atratividade que o segmento ainda tem exercido sobre os consumidores, interessados em economizar. Os supermercados, por sua vez, cresceram 2,2% real, enquanto os hiper caíram quase 1% em 2017.
Já para 2018, a previsão é de uma alta de 3,4% para o setor, segundo a Tendências Consultoria. Isabela Tavares, analista de varejo, explica que as vendas serão favorecidas pela melhora na renda. A expectativa é de que a massa salarial suba 2% real. Parece pouco se comparado ao aumento de 3% do ano passado, mas é preciso lembrar que, em 2016, o indicador teve queda de 3,5%. A base de comparação, portanto, foi bem baixa.
Tereza Fernandez, sócia da MB Associados, sugere ao varejista acompanhar a evolução de vendas dos atacarejos. “Há uma dúvida: se o canal continuará tendo os elevados níveis de crescimento apresentados nos últimos anos. Com a melhora da economia, é preciso avaliar se o consumidor continuará se deslocando uma distância maior para economizar nesse formato, ou se ele vai preferir comprar perto de casa”, comenta ela.
Fonte: S.A. Varejo