Qual é o futuro do atacarejo?

ago 28, 2019

Por Ana Paula Tozzi – CEO e Head Comercial da AGR Consultores

Para as redes de atacarejo, o ano de 2018 foi de extrema relevância: eles se tornaram o destino preferido de compras dos brasileiros. Não apenas pela oportunidade de preços mais baixos, mas principalmente porque souberam tirar proveito da migração dos clientes do hiper e do supermercado. Melhoraram suas ofertas de serviços e produtos, suas exposições e arrumações e até instalações de banheiros e cafés, de forma a oferecer mais conforto aos novos clientes.

A migração dos clientes trouxe o crescimento das vendas tanto nas lojas existentes quanto a oportunidade de abertura de novas lojas. Foi, na verdade, um pilar importante na manutenção da rentabilidade e do volume de vendas das grandes redes varejistas.

Qual seria a estratégia em 2019 e nos próximos anos, com a melhora do panorama econômico? Quais seriam as inovações a serem praticadas?
A resposta é simples: teremos uma nova revolução neste setor.

Neste ano, seis tendências foram exaustivamente discutidas na maior feira de varejo do mundo, a NRF (National Retail Federation), realizada em Nova York: Propósito, Comunidade, Operacional, Talento, CX (Customer Experience) e Global (ecossistemas complexos) Ao menos duas delas serão tendências que migrarão rapidamente do varejo tradicional para o atacarejo. Nas lojas físicas, um upgrade na relação com fornecedores-chaves vai acontecer. Um ecossistema complexo será construído de forma que as ofertas de produtos e serviços complementarão uma experiência digital dentro da loja. Imagine a “prateleira infinita” como forma de aumentar a oferta, os programas de relacionamento como forma de retenção do cliente e ainda a oferta de marcas exclusivas do online na loja física de forma pop-up.

Finalmente, na busca por surpreender a jornada dos seus clientes (Customer Experience), o atacarejo vai investir em omnichannel. Como a jornada do cliente é a “de poucas e grandes compras”, a reposição de
produtos acontece com a visita ao mercado mais próximo. Para buscar esse fluxo, o atacarejo deverá oferecer na forma digital uma relação de reposição contínua. Pode ser através do omnichannel (comprar online e
retirar na loja), mas também por meio de assinaturas sugeridas com base no consumo de cada cliente.

Em ambos os casos, as redes devem ficar atentas a um novo formato de consumo, em um novo cenário econômico. Nesse contexto, o cliente passa a ser o ator principal

 

Fonte: Revista ABAAS nº 8 | Julho de 2019
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