Como Manter um Consumidor, Que é Cada Vez Menos Leal?

nov 15, 2023

Estamos diante de um cenário em que é essencial obter informações estratégicas para tomar decisões assertivas

Por Domenico Tremaroli Filho, Diretor de Atendimento ao Varejo da NielsenIQ

O cenário de consumo global, incluindo o Brasil, tem passado por constantes transformações. Uma crise recente, que pela primeira vez ocorreu de forma pandêmica e econômica, seguida por um cenário de guerra na Europa, trouxe mais dificuldades a um consumidor que se vê com um poder de compra corroído e em busca de alternativas.

O longo período de isolamento social, vivenciado durante a pandemia, não gerou transformações apenas econômicas, como aumento do desemprego e consequente redução da renda, mas atingiu também os hábitos de compra do brasileiro, que se viu diante de novas necessidades e de outras possibilidades para a compra.

Um fato que ilustra bem essa transformação no Brasil é a situação atual de um comprador cada vez mais multicanal, visitando em média nove formatos diferentes de canal, ao passo que no período pré-pandemia esse mesmo consumidor visitava em média oito canais no ano. Essa menor lealdade não ocorre apenas no momento da escolha do canal, mas também na escolha das marcas.

MENOS LEAL, MAIS ABERTO

Considerando categorias básicas, é possível notar que o comprador brasileiro apresenta uma lealdade 11% inferior a 2020, estando cada vez mais aberto a experimentar novas marcas para atender às suas necessidades. Essa redução na lealdade, tanto para escolher a loja em que efetuará a sua compra, como para definir a sua marca, ocorre em um momento no qual a oferta também se faz maior. O crescimento do número ativo de produtos no mercado e o avanço intenso do canal e-commerce geram uma complexidade ainda maior para indústria e varejo definirem e executarem a sua estratégia.

Estamos diante de um cenário em que um consumidor pode visitar nove diferentes formatos de loja para comprar um mesmo produto, porém com missões de compra diferentes em cada uma. Imaginar ativar esse comprador, após todas as transformações recentes, sem o uso de informações assertivas para a tomada de decisão, é uma tarefa praticamente impossível.

INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS

Descer ao menos um nível na profundidade analítica e trabalhar com informações precisas sobre o posicionamento das marcas, como o consumidor tem reagido aos diferentes movimentos de preço e os gatilhos para as diferentes missões de compra são ações que se fazem cada vez mais necessárias para a sobrevivência em um ambiente de consumo transformado e de alta complexidade.

Tão importante quanto utilizar informações estratégicas para embasar a tomada de decisão, é também a escolha da informação a ser utilizada. Em um cenário em que as informações se mostram cada vez mais disponíveis, escolhê-las por sua credibilidade, consistência e solidez no mercado também tem sido um caminho importante na direção do sucesso.