A Competitividade do Atacarejo e a Relação com a Indústria

nov 3, 2023

Números revelados pela NielsenIQ apontam que as indústrias que mantêm boa relação com o canal ganham mais participação e crescem mais

Por Vania Nocchi

Ano a ano, o Atacarejo ganha ainda mais relevância no cenário econômico do país. Desde 1972, quando esse modelo de negócios chegou por aqui, a evolução do canal caminha a passos largos, especialmente em tempos de crise. Como exemplo, um dado recentemente revelado pela NielsenIQ aponta que, somente entre 2022 e 2023, no período de 12 meses, foram abertas cerca de 200 novas lojas de Atacarejo no país.

É importante reforçar que, hoje, o canal alcança o patamar de 73% de penetração nos lares do Brasil – número que representa a sua relevância para as famílias. Além disso, não há dúvidas de que esse é o maior intermediário entre a indústria e os pequenos negócios – os estabelecimentos de bairro que, muitas vezes, são a alternativa do consumidor para as compras do dia a dia.

CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

É impossível ignorar o fato de que a competitividade é um dos pontos fortes do Atacarejo em relação a outros canais. Principalmente quando levamos os números em conta: segundo pesquisas, o consumo no Brasil recuou nos últimos anos.

  • Segundo levantamento da IPC Maps, o aumento do consumo das famílias brasileiras neste ano deve ser de apenas 1,5% se comparado a 2022, o que significa a pior variação desde o começo da pandemia, quando houve redução de 4,6%.
  • Apesar do aumento previsto do consumo em relação ao ano passado, o poder de compra da população segue em baixa, o que reflete outro dado: a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que, em abril de 2023, 78,3% dos núcleos familiares do Brasil tinham pelo menos uma dívida ativa – um recorde desde que o levantamento começou a ser feito, em 2011

Diante desse cenário, o Atacarejo ganha força, afinal, o canal é a alternativa que representa maior economia no abastecimento das famílias e dos pequenos negócios de alimentação.

  • SOMENTE NOS PRIMEIROS QUATRO MESES DE 2023, 73% DOS CONSUMIDORES FIZERAM COMPRAS EM ATACAREJOS PELO MENOS UMA VEZ.
  • EM RELAÇÃO A 2022, A FREQUÊNCIA DE VISITAS AO ATACAREJO NESTE ANO AMENTOU 19% E JÁ ULTRAPASSA A MÉDIA DE 14 IDAS ÀS LOJAS.

*Fonte: NielsenIQ

PREÇO BAIXO

Segundo o Presidente da ABAAS, Virgílio Villefort, a razão do crescimento constante do Atacarejo é o preço: “Nossos produtos são mais baratos, pois temos um custo operacional menor. A indústria que trabalha com a tabela diferenciada de outros canais desestimula o consumidor final de comprar no Atacarejo, que é o canal que mais cresce no país”.

Dessa forma, portanto, as indústrias de alimentos devem dar para o Atacarejo o devido valor. O Presidente complementa explicando que “o fornecedor que quiser estar dentro das casas brasileiras deve ficar atento aos nossos números. A competitividade está diretamente ligada a isso e o preço baixo é fundamental para nos manter em ascensão e garantir o abastecimento da população brasileira nesta época em que muitas pessoas estão endividadas”.

A COMPETITIVIDADE DO CANAL ATACAREJO

Ao passo que atender aos pequenos negócios e aos grupos familiares se torna uma necessidade cada vez maior diante da realidade da economia brasileira, é preciso entender que o Atacarejo é o canal que oferece melhor custo-benefício para a população.

Números da NielsenIQ apontam para uma realidade: as indústrias que mantêm boa relação com o canal ganham mais participação e crescem mais. Considerando os top 100 fornecedores:

  • FABRICANTES QUE SE MANTIVERAM MAIS COMPETITIVOS QUE A MÉDIA DO CANAL REPRESENTAM 20% DO FATURAMENTO E CRESCEM 30% ACIMA DA MÉDIA;
  • FABRICANTES MENOS COMPETITIVOS QUE A MÉDIA DO CANAL REPRESENTAM 40% DO FATURAMENTO, MAS CRESCEM 14% ABAIXO DA MÉDIA.

“Reforço para que a indústria olhe para os nossos números e trabalhe com raciocínio de 50% de participação, afinal, esse será o número que devemos atingir até o final do ano. Não há razão para aumentar valores sendo que o Atacarejo impacta a vida do pequeno empreendedor e das famílias, que precisam do preço baixo. O jogo a ser jogado é para todos”, finaliza o Presidente da ABAAS.

*Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em abril de 2023, 78,3% dos núcleos familiares do Brasil tinham pelo menos uma dívida ativa.