O que o setor precisa fazer para se manter no topo da preferência dos consumidores que buscam qualidade e preços baixos
Por Lucas Andrade
Nos últimos anos, o modelo do atacado de autosserviço caiu no gosto dos brasileiros. O setor cresceu especialmente no período de crise, entre 2015 e 2017, quando o aumento do desemprego e a perda do poder de compra fizeram com que muitos consumidores buscassem por produtos com preços mais baixos e embalagens econômicas. Agora, diante de um cenário econômico estável e a perspectiva de uma retomada consistente nos próximos anos, o atacarejo quer deixar de ser apenas uma alternativa para se consolidar como a primeira opção na preferência dos clientes.
Para Ana Fioratti, diretora-geral do Advantage Group no Brasil, um dos principais desafios para o fortalecimento do atacado de autosserviço é melhorar a experiência de compra. “Mas isso deve ser feito sem comprometer o modelo de negócio” afirma. Segundo ela, é preciso entender que o objetivo das empresas do setor é continuar oferecendo um bom preço ao consumidor final. “Quem procura o cash and carry espera encontrar nas prateleiras produtos com redução de valores de 12% a 15%”, diz.
A especialista ressalta que o primeiro passo para aperfeiçoar o atendimento deve ser dado dentro de casa. Lojas limpas e com boa iluminação, estacionamentos amplos e seguros, sinalização adequada dos corredores e organização dos produtos nas prateleiras são medidas que costumam tornar a experiência de compra mais amigável. A executiva do Advantage Group destaca que o consumidor precisa ter clareza dos produtos que estão sendo expostos. “Ele quer reunir o máximo de informações possíveis na hora de fazer as compras”, acrescenta. Nesse aspecto, dar destaque a descontos e promoções costuma atrair os consumidores.
A tecnologia é uma aliada importante para a expansão do atacarejo e para a conquista de novos consumidores
Usar o conhecimento da indústria é outra sugestão de Ana Fioratti. “Oferecer marcas conhecidas, de qualidade e com preços bons, é um bom chamativo para os consumidores”, diz. Por isso, a especialista defende essa aproximação. “O trabalho de elaboração de estratégias com a indústria deve ser feito de forma conjunta e sempre em busca de uma melhora contínua.
A tecnologia, na visão de Ana Fioratti, também é uma aliada para a expansão do atacarejo. “Ferramentas de inovação podem ajudar a identificar com mais precisão o perfil dos consumidores e o que eles estão
procurando”, diz. Além disso, a especialista ressalta que a tecnologia permite aprimorar as operações nas lojas. “Tornar a logística e a reposição mais eficientes contribuem para evitar desperdícios. Isso vai se refletir, inclusive, na redução dos custos.”
Fonte: Revista ABAAS nº 8 | Julho de 2019
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