Tudo na vida é uma caminhada, uma evolução. Assim também é no setor dos atacarejos, um canal que a cada ano ganha mais relevância no cenário econômico do país. Começamos em locais pontuais, atendendo a demandas específicas de pequenos comerciantes e empreendedores, logo ganhamos as famílias e crescemos em número de cidades, abrangência, marcas, share, público e soluções. Hoje, após anos de trabalho no escuro, temos algo fundamental: dados do nosso setor.
Por meio desses dados, coletados e mensurados pela nossa parceira NielsenIQ, temos uma gama de informações nunca vistas, que nos apontam as direções do sucesso e dos desafios, clareiam-nos sobre nosso próprio dimensionamento, mostrando o impacto real que os atacarejos têm na vida dos brasileiros. Pelos dados, sabemos que hoje nossa participação de mercado alcançou 48% (mês de outubro) do consumo moderno; sabemos que são mais de 69% dos lares brasileiros visitando o canal; sabemos onde crescemos e como, em cada estado, cada cidade, e em cada uma de nossas lojas.
Por meio dos dados, também sabemos tudo sobre o nosso relacionamento com a indústria, inclusive visualizando pontos de melhoria com esse importante parceiro do nosso negócio. Por isso, é fundamental que a indústria também esteja atenta aos nossos números e observe a grande fatia que ela pode ganhar sendo justa e também ficando ao nosso lado e que, com isso, reflita sobre a política de preços aplicada (muitas vezes erroneamente) ao nosso negócio.
Somos o canal que mais cresce, e a razão desse crescimento é o nosso preço baixo. Nossos produtos são 12% mais baratos, pois temos um custo operacional menor, então, qual é a vantagem de a indústria querer equiparar valores na ponta, aumentando a tabela dos produtos que vendem para nós? Percebemos em avaliação na nossa associação que algumas indústrias seguem nesse movimento que não achamos justo. Isso reduz a nossa competitividade e faz a roda girar mais lentamente. Com isso, somos obrigados a trocar marcas e a reduzir sortimento, um movimento que não é vantajoso para ninguém.
Reforço para que a indústria olhe para os nossos números. Hoje está tudo posto à mesa, não há como esconder. Nós conseguimos saber quando cada um de nós está perdendo competitividade e as razões para isso. Sabemos também que a indústria que não fizer o movimento para o nosso setor perderá participação. A realidade é que a meta de cada indústria deve ser 50% do seu negócio do consumo moderno (medido por NielsenIQ), a fim de não perder mercado, ou seja, a indústria deve trabalhar com raciocínio de 50%, pois será esse número que vamos atingir até o final deste ano.
E qual a vantagem de a indústria ceder às pressões do mercado varejista, quando os dados mostram o impacto que o nosso modelo tem na vida das famílias brasileiras? Por que aumentar valores que certamente vão impactar a vida do pequeno empreendedor que precisa do preço baixo para fazer o seu negócio girar?
Não há razão para isso, o jogo a ser jogado é para todos. Por isso, realizamos anualmente o Workshop ABAAS, para reforçar a parceria com nossos fornecedores e, neste ano, com a atualização dos números coletados pela NielsenIQ, conseguimos oferecer um panorama ainda mais assertivo.
Por meio dos dados sabemos tudo sobre o nosso relacionamento com a indústria, inclusive visualizando pontos de melhoria com esse importante parceiro do nosso negócio.
Por Virgílio Villefort
Presidente da ABAAS