Análise de dados se torna uma ferramenta indispensável para melhorar os resultados do varejo. De olho nessa tendência, o atacarejo também começa a mapear o comportamento dos consumidores
Por Pedro Hallack
O mundo dos negócios entrou na era do Big Data, expressão usada para designar os dados armazenados pelas empresas para melhorar suas relações com os clientes, aumentar as vendas e aperfeiçoar a experiência dos consumidores. Segundo a consultoria International Data Corporation (IDC), os investimentos na área devem subir 12% neste ano, chegando a US$ 189,1 bilhões no mundo. No Brasil, um levantamento realizado pela própria IDC em parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) aponta que o mercado vai movimentar US$ 4,2 bilhões em 2019. Considerando todo o setor de tecnologia da informação, o valor investido no ano passado foi de US$ 2,3 trilhões, alta de 6,7% em relação a 2017 – o crescimento percentual no Brasil (9,8%) foi acima da média mundial, atingindo a marca de US$ 46,6 bilhões.
A busca por ferramentas que viabilizem a análise de dados tem movimentado as principais companhias globais. Recentemente, a Alphabet, dona do Google, comprou a americana Looker por US$ 2,6 bilhões. Também em 2019, a Salesforce pagou US$ 15,3 bilhões pela Tableau Software, na maior aquisição de sua história. As empresas buscam se aproximar da Microsoft , líder mundial no uso desse tipo de tecnologia.
Seguindo essa tendência, o atacarejo também começa a se movimentar em direção ao Big Data. “O canal já utiliza alguns mecanismos para mapear comportamentos durante a jornada de compra dos clientes”, afirma Belmiro Gomes (Assaí Atacadista), 1° diretor vice-presidente da Abaas. “Analisamos cada vez mais informações, como fluxo de produtos vendidos durante a semana, mapa de calor dos consumidores nas lojas, além de outras estratégias que já estão sendo usadas.”
O setor ainda tem como grande desafio achar um modelo de análise de dados adequado às suas especificidades. Como grande parte do público que compra no atacarejo é formado por empresas – supermercados, mercearias e pequenos negócios em geral –, as iniciativas do varejo tradicional não costumam se aplicar ao atacado de autosserviço. Isso faz toda a diferença em se tratando de Big Data, uma vez que as informações costumam ser utilizadas no desenho de ofertas direcionadas a cada cliente.
Os investimentos em Big Data devem subir 12% em 2019, chegando a US$ 189,1 bilhões
“O comportamento da pessoa jurídica é completamente diferente da pessoa física”, diz Belmiro. “É muito mais fácil para uma marca fidelizar o consumidor final. O dono de uma empresa sempre segue o preço mais baixo, ou seja, ele passa por todos os estabelecimentos em busca dos produtos mais baratos.” O executivo prossegue: “Grande parte dos comerciantes aproveita a ida às lojas para abastecer a própria casa, o que atrapalha a análise.
Fonte: Revista ABAAS nº 8 | Julho de 2019
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