Empresários do setor dizem que, para aproveitar o próximo ciclo de crescimento, é imperativo atender aos desejos do cliente
Por Lucas Andrade
Aprovação de reformas como a da Previdência e a tributária tem o potencial de provocar um ciclo de crescimento na economia brasileira. Na esteira da alta do PIB, sobem os empregos e a renda do brasileiro – e com eles, a confiança. Trata-se de um cenário positivo para o atacado de autosserviço. Para aproveitar essa bonança, as redes precisam estar preparadas.
A revista ABAAS conversou com executivos do atacarejo para mostrar a visão deles sobre as perspectivas e desafios que o setor vai enfrentar nos próximos anos. Em comum, o otimismo com o país – e a visão de que, para aproveitar o período de alta, as empresas precisam investir e entender cada vez mais o consumidor.
Desafio do atacarejo é aperfeiçoar cada vez mais o canal sem que a iniciativa resulte no aumento de preços
Hoje em dia, um dos principais desafios do varejo é melhorar a experiência do consumidor nas lojas. Com a popularização do smartphone, o varejo online cresce cada vez mais – e o consumidor pode alternar sua jornada de compra nos meios real e virtual. Por exemplo, pode pesquisar um produto na internet e visitar uma loja física para efetuar a compra. Os especialistas em varejo dizem que “o poder está com os consumidores.”
Para Auriberto Alves (Maxxi Atacado), 4° vice-presidente da ABAAS, o grande desafio do atacarejo é compreender os desejos desse consumidor multicanal e atender as necessidades e expectativas deles. Sob esse prisma, diversificar estratégias é fundamental para o crescimento. “O consumidor busca em nossas lojas o serviço do hipermercado com o preço do atacarejo”, diz. “Precisamos investir para atender a essas expectativas.”
Edis Amaral (Atacadão a Dia) diz que investir em novas tecnologias e em capacitação profissional é a chave para melhorar a experiência do consumidor nas lojas. “Aliar tecnologia com bom atendimento ajuda a reduzir os custos e cativar os nossos consumidores”, afirma. “Não podemos poupar esforços para satisfazer nosso maior patrimônio, que é o cliente.”
Esses investimentos se tornam mais urgentes porque, como diz Marcos Ambrosano (Makro), diretor de relações institucionais da ABAAS, a retomada do crescimento da economia vai aumentar a competição entre as empresas – e a briga do atacarejo com super e hipermercados será cada vez maior. “Cativar os clientes seguirá sendo fundamental para a expansão das redes”, afirma.
Nesse cenário, criatividade é fundamental. André Nassar (Giga Atacado) defende um trabalho em conjunto com fornecedores do atacarejo para a criação de produtos exclusivos. Um exemplo é o desenvolvimento de
embalagens, que podem ser maiores e prontas para serem expostas. “O nosso consumidor quer praticidade. Ele quer ter um produto mais bem embalado para pegar várias unidades de uma só vez”, diz. “Isso vai trazer um ganho de produtividade no ressuprimento e aumentar o preço do ticket médio gasto pelos clientes.”
Hélio Claro Glorigiano (Comercial Esperança), membro do conselho deliberativo e do conselho fiscal da ABAAS, diz que atrair as melhores marcas é uma das estratégias para atrair os clientes. Segundo ele, isso
tem sido facilitado pelo maior interesse das grandes marcas em relação ao atacarejo. “Essa atenção especial ajuda a atrair marcas mais famosas e melhora ainda mais a qualidade dos sortimentos vendidos pelas redes.”
Fonte: Revista ABAAS nº 8 | Julho de 2019
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